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Fatores que afetam a biodisponibilidade de nutrientes (Parte 7)

  • Por ONutricional
  • 16 de ago. de 2016
  • 2 min de leitura

Por Alexandre R. Lobo

Interação entre nutrientes: fibras e carboidratos

O comportamento digestivo dos componentes dos alimentos depende de inúmeros fatores que influenciarão na sua (bio)acessibilidade para o processo absortivo no intestino. Dentro dessa perspectiva, não ser digerido no trato digestório classifica alguns destes componentes como fibras alimentares. Por outro lado, o modo como estas fibras (1) interagem com outros componentes dos alimentos durante o seu trânsito intestinal, e (2) influenciam – em diferentes graus de magnitude – a biodisponibilidade destes componentes e a fisiologia do indivíduo (ou do hospedeiro, dentro do ponto de vista microbiano), confere propriedades peculiares às fibras.

É importante entender o papel do trato digestório como o hipocentro dos efeitos das fibras alimentares. A repercussão destes efeitos, no entanto, pode se estender para outros compartimentos do organismo, muito além dos intestinos. Sendo assim, a influência que determinadas fibras exercem sobre a digestibilidade e o aproveitamento biológico dos carboidratos da dieta se enquadra como um exemplo marcante.

Fibras viscosas que formam géis, devido à presença de grupamentos polares livres – como no caso dos betaglicanos e de algumas pectinas e gomas – podem influenciar na velocidade de esvaziamento gástrico e na absorção da glicose (e de outros nutrientes) no intestino delgado. Além disso, a presença de outros tipos de fibra (como por exemplo, a celulose) na matriz dos alimentos pode, ainda, influenciar no tempo de trânsito e na diluição do conteúdo intestinal pelo aumento do bolo fecal. Esses fatores, em conjunto, podem interferir de maneira negativa na absorção de carboidratos no intestino delgado. Como consequência desses efeitos intestinais, pré-absortivos, reduz-se a velocidade de absorção intestinal da glicose com consequente redução dos picos sanguíneos glicêmicos e insulinêmicos.

Em termos práticos, todavia, é fundamental entender o comportamento destas fibras no trato digestório em um contexto interativo. Em outras palavras, o impacto biológico de fibras isoladas não necessariamente se reproduzirá quando estas fibras estiverem em conjunto com outros componentes da dieta durante o processo digestivo. Esta questão adquire importância particular quando se compara a magnitude dos efeitos de fibras como suplementos, com o de fibras como componentes de uma matriz alimentar.

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