Micronutrientes (Parte 3): Vitamina A
- Por ONutricional
- 7 de ago. de 2016
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Por Alexandre R. Lobo

- V
itamina A (Retinol) e seus metabólitos (retinaldeído e ácido retinóico) são isoprenóides insaturados e solúveis em lipídeos, necessários para o crescimento, diferenciação, reprodução e manutenção dos epitélios. No organismo, o retinol é oxidado, de maneira reversível, à retinaldeído, importante para a visão. A vitamina A não é sintetizada no corpo humano e deve ser obtida a partir de carotenóides, um grupo de fitoquímicos com atividade pró-vitamínica.
Em 1816, François Magendie (1783 – 1855), um fisiologista francês, observou o desenvolvimento de úlceras na córnea de cães alimentados com rações ricas em açúcares (e deficientes em proteínas). Este efeito foi associado com elevada taxa de mortalidade. O pediatra Charles-Michel Billard (1800 – 1832), identificou semelhança nos sintomas em crianças parisienses que foram abandonadas e deixadas sob seus cuidados, o que o fez levantar a hipótese de uma origem nutricional para tais lesões oculares.
Em 1881, Nikolai Lunin (1853 – 1937) constatou que existiriam componentes no leite integral, fundamentais para a manutenção e sobrevivência de camundongos adultos, além das gorduras, das proteínas e dos carboidratos. Nesta mesma linha de raciocínio, Frederick Gowland Hopkins (1861 – 1947), um bioquímico inglês, observou que apenas após adicionar uma pequena quantidade de leite integral à ração de ratos jovens (contendo proteínas, amido, gorduras e minerais), os animais recuperaram sua taxa normal de crescimento. Os fatores presentes no leite, em pequenas quantidades, foram chamados de “fatores acessórios” por Hopkins, em publicação de 1912. A natureza destes fatores não era conhecida até então, e não estava claro se havia um ou talvez vários fatores desconhecidos nos alimentos. Este fator foi, posteriormente, chamado de “lipossolúvel A”, por Elmer McCollum (1879 – 1967), em distinção ao fator “hidrossolúvel B” (que mais tarde seria conhecido como tiamina). Frederick Hopkins viria a receber o prêmio Nobel, em 1929, juntamente com o cientista Christiaan Eijkman (1858 – 1930), pela descoberta das vitaminas. Em 1931, a estrutura química da vitamina A foi descrita pelo químico suíço Paul Karrer (1889 – 1971) e, em 1947, foi sintetizada por dois químicos holandeses, David Adriaan van Dorp (1915 – 1995) e Jozef Ferdinand Arens.
Referências Bibliográficas:
Semba RD. On the ‘discovery’ of vitamin A. Ann Nutr Metab. v.61, p.192-198, 2012. Reichath J et al. Vitamins as hormones. Horm Metab Res. v.39, p.71-84, 2007.
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