Micronutrientes (Parte 1): Zinco
- Por ONutricional
- 2 de ago. de 2016
- 2 min de leitura

Por Alexandre R. Lobo
Metal de transição do quarto período da classificação periódica dos elementos, o zinco comporta-se como um ácido de Lewis (aceptor de elétrons) em reações que necessitam de um íon redox estável – característica importante para fundamentar algumas de suas funções bioquímicas. Isolado em 1746 por Andreas Sigismund Marggraf (1709 – 1782) por aquecimento da calamina, teve sua essencialidade em seres vivos reconhecida, em diferentes momentos, ao longo de cerca de 1 século, particularmente pela contribuição de estudos como os de Raulin (1869) em Aspergillus niger, de Sommer e Lipman (1926) em vegetais, de Todd e colaboradores (1934) em ratos, de Tucker e Salmon (1955) em porcos, de O’Dell (1958) em frangos, e de Prasad e colaboradores (1961) em seres humanos.
Desempenha funções catalíticas, estruturais e regulatórias. Contribui para a estabilidade de um grupo de proteínas que se ligam ao DNA (chamadas de “dedos de zinco”), as quais estão envolvidas na regulação de alguns genes (como por exemplo, o que codifica para a metalotioneína, proteína envolvida no controle da concentração celular de alguns metais, como o zinco e o cobre) . Influencia a atividade de inúmeras enzimas, dentre as quais a anidrase carbônica, a fosfatase alcalina e a superóxido dismutase. Seu papel sobre a atividade e a estrutura desta última enzima, inclusive, o qualifica como “mineral antioxidante”, contribuindo para minimizar os danos resultantes do estresse oxidativo celular.
Cerca de 80% dos 2 a 3 g de zinco no corpo encontram-se na musculatura esquelética e nos tecidos mineralizados. Sua homeostase é controlada pelo balanço entre a absorção intestinal (influenciada pela sua solubilidade no lúmen intestinal e por interações entre componentes da matriz alimentar), pela distribuição entre os seus compartimentos biológicos e pela sua excreção (principalmente a urinária).
Para saber mais sobre a história, aspectos fisiológicos e nutricionais do zinco, consulte:
Raulin J. Chemical studies on vegetation. Ann Sci Nat v.11, p.93-99, 1869. Sommer AL, Lipman CB. Evidence of indispensable nature of zinc and boron for higher green plants. Plant Physiol v.1, p.231-249, 1926. Todd WR, Elvehjem CA, Hart EB. Zinc in the nutrition of the rat. Am J Physiol v.107, p.146-156, 1934. Tucker HF, Salmon WD. Parakeratosis or zinc deficiency disease in pigs. Proc Soc Exp Biol Med v.88, p.613-616, 1955. O’Dell BL, Newberne PM, Savage JE. Significance of dietary zinc for the growing chicken. J Nutr v.65, p.503-518, 1958. Prasad AS. Discovery of human zinc deficiency and studies in an experimental human model. Am J Clin Nutr v.53, p.403-412, 1991. Vallee BL, Falchuk KH. The biochemical basis of zinc physiology. Physiol Rev v.73, p.79-118, 1993. Mafra D, Cozzolino SMF. Importância do zinco na nutrição. Rev Nutr v.17, p.79-87, 2004.
Opmerkingen