Os ricos são "os outros"
- Por ONutricional
- 6 de dez. de 2017
- 2 min de leitura

Da Carta Capital, por Rodrigo Martins:
Um levantamento sobre a percepção dos brasileiros acerca da desigualdade no País mostra que para muitos brasileiros, os ricos são "os outros". Quase metade dos entrevistados pela pesquisa Oxfam/Datafolha, estimam que é necessário possuir uma renda mensal de 20 mil reais para figurar no grupo dos 10% mais ricos do Brasil. A percepção acaba por superestimar em 7 vezes a faixa dos mais abastados. No Brasil, basta ter uma renda individual de três salários mínimos, ou R$ 2.811, para integrar o grupo.
Segundo a pesquisa, 67% dos brasileiros acreditam ser necessários mais de R$ 5 mil por mês para compor os 10% mais ricos, enquanto 47% estimam R$ 20 mil de renda per capita como valor mínimo para integrar a faixa. A última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicío (Pnad), de 2015, revelou que cidadãos com renda individual de mais de R$ 20 mil por mês representa apenas 1% da população.

Não é tudo: 19% dos entrevistados acreditam que o recorte dos 10% mais ricos relaciona-se apenas a quem ganha mais de R$ 100 mil por mês. Desses, 12% acreditam que a renda mínima individual tenha de ser de R$ 500 mil, valor 100 vezes maior que o necessário.
A pesquisa mostra que, quanto maior a faixa de renda, maior é a tendência de os entrevistados superestimarem a renda necessária para ser parte dos 10% mais ricos. Apenas 2% dos cidadãos com renda superior a cinco salários mínimos têm noção de que R$ 5 mil de renda é o suficiente para integrar os 10% mais ricos. Essa proporção sobe para 20% em relação aos entrevistados cuja renda não passa de um salário mínimo. Por outro lado, para 68% dos entrevistados com rendas mais altas, o piso mínimo para integrar a faixa seria de R$ 20 mil, uma interpretação de apenas 43% dos brasileiros com baixa renda. A pesquisa “Nós e as Desigualdades”, encomendada pela ONG Oxfam Brasil ao Instituto Datafolha, consultou 2.025 brasileiros de 129 municípios de pequeno, médio e grande portes, incluindo regiões metropolitanas e cidades do interior, em agosto de 2017. A margem de erro é de dois pontos porcentuais, para cima ou para baixo.

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