Como Investir na Primeira Infância
- Por ONutricional
- 27 de mai. de 2017
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Investir na primeira infância é de fundamental importância. Todas as crianças merecem uma chance de crescer e tornarem-se pessoas saudáveis, educadas e competentes, não importa onde ou quando nasceram. Embora os pais sejam os principais responsáveis pela educação dos filhos, especialmente nos primeiros anos de vida, os governos também têm um papel importante durante esse período crítico de acumulação de capital humano. Os governos podem, por exemplo, garantir que todas as gestantes e crianças pequenas tenham acesso a serviços de saúde e nutrição de qualidade. Eles podem auxiliar os pais e outros cuidadores, proporcionando um ambiente positivo e estimulante para as crianças desde o nascimento, por meio da promoção de programas de informação dirigidos aos pais, investindo em serviços diretos, como visitas domiciliares, custeando creches e pré-escolas, ou fornecendo incentivos financeiros para o acesso de bebês e crianças pequenas a programas de qualidade.
Investir na primeira infância é também uma opção inteligente, pois no curto prazo os investimentos no desenvolvimento da primeira infância (DPI) se traduzem em economia considerável de custos e em ganhos de eficiência nos setores de saúde e educação, porque é mais provável que as crianças beneficiadas pelos serviços de DPI sejam saudáveis, tenham mais disposição para aprender ao ingressar na escola primária, fiquem mais tempo na escola, e tenham um bom desempenho durante toda a vida escolar. No longo prazo, investimentos em DPI criam adultos produtivos e bem ajustados socialmente, que contribuem para o crescimento econômico do país e ajudam a romper o ciclo intergeracional da pobreza, como demonstrado pelos melhores salários, pela menor dependência desses indivíduos de programas de assistência social, pelo maior acúmulo de bens e pelas famílias mais saudáveis. Esses auxílios não apenas nivelam as condições das crianças oriundas de meios desfavorecidos, mas também constroem sociedades melhores, mais justas e mais prósperas.
Notadamente, o DPI deveria ser uma prioridade importante na agenda de desenvolvimento de um país. Infelizmente, a maioria das crianças pobres dos países de baixa e média renda não tem acesso a programas de DPI de alta qualidade, que oferecem oportunidades precoces de estimulação e aprendizagem. E tal falta de acesso persiste, apesar das fortes evidências de que as diferenças entre a aprendizagem precoce de crianças desfavorecidas e aquelas de famílias mais abastadas se ampliam rapidamente nos primeiros anos de vida e que compensar essas diferenças mais tarde na vida da crianças se torna difícil e caro.
O guia [Como Investir na Primeira Infância] de DPI apresenta lições e experiências que têm sido úteis para instruir o debate político sobre as intervenções em DPI e a concepção de programas desse tipo em todo o mundo. Não importa se o usuário do guia está na fase inicial de decidir se expande uma carteira de DPI ou se encontra na fase de delineamento do programa, o conteúdo oferece uma gama de opções baseadas em evidências para dar suporte às opções políticas e de investimento.
Minha sincera esperança é que Como Investir na Primeira Infância estimule a discussão vigorosa com governos, parceiros de desenvolvimento e a sociedade civil sobre os enormes benefícios de investir na primeira infância e as opções que existem para criar programas de alta qualidade. Estou ansioso por dar continuidade aos trabalhos coletivos dos decisores políticos, parceiros de desenvolvimento e outros interessados, a fim de proporcionar aos adultos de amanhã uma base sólida para uma vida feliz, saudável e produtiva.
Tamar Manuelyan Atinc, Vice-Presidente da Rede de Desenvolvimento Humano, Banco Mundial - Agosto de 2010. In: Prefácio. Como investir na primeira infância: um guia para a discussão de políticas e a preparação de projetos de desenvolvimento da primeira infância. / Sophie Naudeau, Naoko Kataoka, Alexandria Valerio. Michelle J. Neuman, Leslie Kennedy Elder. Tradução: Paola Morsello. Washington, DC : The World Bank, 2010; São Paulo: Singular, 2011.
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