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Ano novo, novos tempos

  • Luís Fernando Praga
  • 17 de dez. de 2016
  • 1 min de leitura

Por Luís Fernando Praga

Que eu consiga viver sem prejulgar,

Que eu não queira igualar as diferenças,

Que as diferenças sirvam pra somar,

E que por elas, refine as minhas crenças.

Mas que eu não feche os olhos pra desigualdade,

Não me proteja em palavras omissas,

E seja solidário na dor da humanidade,

Que me doam na carne as injustiças.

Que a vida continue uma surpresa,

E eu não me frustre na desilusão,

Que eu entenda que tudo é natureza,

Que eu não machuque nenhum coração.

Mas que os corações que eu machucar,

Percebam com o tempo, a minha humanidade,

Que não carreguem o peso do pesar,

E cada cicatriz revele uma verdade.

Que eu nunca veja amar como algo errado,

E não me porte de forma mesquinha,

Que eu veja um lado bom pra todo lado,

E que se eu odiar, que seja de mentirinha.

Que eu saiba dar valor ao bom humor,

Que as amizades sejam os bens mais caros,

Que cada espinho esconda muita flor,

E que os abraços sejam menos raros.

Que as pessoas encontrem sua arte,

Que nos seja uma meta a utopia,

Que a tolerância reine em toda parte,

E a guerra perca a guerra pra poesia.

Que eu saiba ser humilde pra saber,

Da minha imensurável pequenez,

Mas que eu jamais me furte de crescer,

Rompendo meus limites quando em vez.

Que eu tente intuir, mas com ciência,

Que não veja na morte uma vilã,

Que cada um amplie a consciência,

E a vida venha vindo menos vã.

Que o novo ano que me envelhece,

Não seja tão igual aos outros anos,

E que apesar da imperfeição de espécie,

Possamos ser perfeitamente humanos.

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