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Primavera

  • Luís Fernando Praga
  • 23 de set. de 2016
  • 1 min de leitura

Texto originalmente publicado em setembro de 2015, em Carta Campinas.

Por Luis Fernando Praga

Vejo Dálias, Acácias e Tulipas, Gardênias, Açucenas, Violetas. Há crianças largadas nas sarjetas E o céu venta um azul com muitas pipas.

Há Narcisos, Gerânios, e Hibiscos, Crisântemos, Jacintos e Antúrios, Há os ricos querendo ser mais ricos, Narcisistas, hipócritas e espúrios.

O elixir extraído de uma flor É um segredo muito bem guardado, Capaz de dar alívio a tanta dor, Só cura as dores do mais abastado.

Mas flores salvam vidas de quem sonha, E há poucos sonhadores entre os meus. Uns podam as Marias Sem Vergonha, E outros vivem só de vender Deus.

Temos milhões de flores adoráveis Espalhando-se em cores pelo chão E pisamos bilhões de miseráveis Pra que deles não reste um só botão.

Porém a primavera é milagrosa E no concreto brota a Margarida O nosso sangue rubro vai à Rosa E segue além de nós a nossa vida.

Podemos sentir paz nesse jardim Com flores diferentes lado a lado Orquídeas não são mais do que o Jasmim, E todo pólen é o mais sagrado.

Cada flor é por si uma lição, Cada uma perfuma do seu jeito. A leveza do Dente de Leão Não crê em crises pro Amor Perfeito.

Na lenta cicatriz do nosso engano, A Natureza atua enquanto espera Que nos tornemos mais que húmus humano, Pra florirmos nalguma primavera.

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